Foto: Rubens Gallerani Filho/Audiovisual/PR
Hoje, precisamente, 8 de janeiro de 2025, o Brasil relembra, de forma preocupante, fatos que há dois anos mancharam mais uma vez a história política, cultural, social e pública de nosso país. Falar de Democracia no Brasil, custa caro, muito caro, afinal, se olharmos para tantos personagens que buscaram sustentar a soberania nacional e, principalmente, a liberdade (em vários sentidos) para a maior parcela da sociedade, pagaram um preço muito alto.
Ao defender a liberdade, a autonomia e, consequentemente a Democracia, ao longo da história do Brasil, foi visto que cada vez mais, os inimigos genuínos do verdadeiro Brasil, se ocultam com várias roupagens. Estes inimigos não se dão se quer o trabalho de esconder que sua vontade é manter um país em que a diversidade, que está desde a sua origem intrínseca, se revele de forma verdadeira a si mesmo e ao mundo. Além disso, não há como esquecer as deploráveis falas de uma elite medíocre que não dá o verdadeiro valor, àqueles que diariamente buscam por um pouco de dignidade, acessem como resultado de seu trabalho, a serviços, a lugares e a setores que possam lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Estamos vivendo um período de reflexão sobre um passado que por pouco não se repetiu no presente - lembrando do saudoso Cazuza-, e, no qual a arte conseguiu mais uma vez, escancarar para o mundo o quanto a Ditadura Civil-Militar foi arbitrária, truculenta e nojenta. O sucesso de Ainda estou aqui perpassa pela memória e resistência da grande Eunice Paiva e, ao mesmo tempo, pelo assassinato covarde e violento de Rubens Paiva. O quanto a Democracia vale no Brasil? VIDAS. No entanto, vimos há dois anos, que também objetos de alto valor histórico que revelam a nossa riqueza nacional, tanto no âmbito cultural, quanto natural.
O quanto a Democracia vale para você? Para mim, já custaram algumas discussões, na tentativa de não equiparar determinados agentes em uma mesma balança, de forma desleal. Manter a soberania da Democracia é uma constante, dever intrínseco a todo cidadão que é comprometido com o seu país, com a cidadania. Porém, existe uma falsa dicotomia proporcionada por um grupo que não enxerga em todos os brasileiros, o mesmo valor, que vê apenas em si ou em seus pares, a possibilidade de ter acesso aos aspectos mencionados anteriormente e por eles, a Democracia também é vista como um privilégio, afinal, este modelo político, de certa forma, tenta colocar todas as pessoas em um mesmo patamar, por meio do voto.
Enfim, a Democracia no Brasil sempre valeu muito, e se olharmos para o passado fazendo uma analogia ao presente, veremos o quanto a nossa sociedade no geral é ainda arbitrária, violenta e utiliza da fragilidade da maior parcela da sociedade para manter privilégios a uma pequena parcela da sociedade. Esta elite que é preconceituosa em vários âmbitos, acima de tudo, não valoriza a riqueza que é a diversidade do Brasil e, assim, continuam por não reconhecer nas várias cores que compõe a nação, o valor daqueles que estão buscando apenas pelo básico, para viver e não apenas sobreviver.
Por isto, o quanto a Democracia vale? Vale vários gestos, palavras que ressoem em alto bom tom: sem anistia.
Amanda Oliveira